financiamento imobiliário
Com queda dos juros, portabilidade de financiamento imobiliário cresce 102% em 2019
A sequência de cortes na taxa básica de juros (Selic) e a redução dos juros cobrados pelos bancos para o financiamento da casa própria deixaram a portabilidade do crédito imobiliário mais atraente para o brasileiro – e têm feito aumentar o número de pedidos da modalidade. Ao transferir a dívida para outro banco, o consumidor pode conseguir reduzir o valor das parcelas, melhorar as condições do empréstimo e economizar dinheiro.
Dados do Banco Central mostram que os pedidos de portabilidade efetivados em 2019 cresceram 102% em relação ao ano passado. De janeiro a agosto, foram 1.605 efetivações de financiamentos imobiliários, totalizando R$ 608,2 milhões, contra 794 nos 9 primeiros meses de 2018, que somaram R$ 335,8 milhões.
Em agosto (último dado disponível), o número de pedidos saltou para 1.761, ante 764 em julho.
Os números de portabilidade de financiamento imobiliário neste ano já superam também o total registrado em 2018, quando foi verificado um aumento de 453% nos pedidos em relação ao ano anterior. Veja gráfico abaixo:
Portabilidade de crédito imobiliário — Foto: Arte G1
Apesar do aumento do interesse pela troca de banco do financiamento, os números ainda são bem tímidos em relação ao potencial e em comparação aos pedidos de portabilidade feitos em outras modalidades de crédito.
Para efeitos de comparação, somente em agosto foram 26,4 mil unidades habitacionais financiadas no país com recursos das cadernetas de poupança, segundo dados da Abecip, atingindo um valor de R$ 6,71 bilhões em agosto. No acumulado no ano, o valor já chega a R$ 47,1 bilhões, envolvendo 180,5 mil unidades.
Segundo estudo divulgado no começo do ano pelo Banco Central, o crédito imobiliário representa apenas 0,1% do total de pedidos de pedidos de portabilidade no sistema bancário e 2,1% do valor total portado. Em relação às novas concessões de crédito imobiliário, a troca de banco nesse tipo de financiamento representou em 2018 menos de 1% do total.
“Em virtude do perfil da dívida (de longo prazo e alto valor), a portabilidade pode resultar em maior economia, seja com a transferência do crédito, seja com a renegociação com o credor original”, destaca o BC.
Evolução da portabilidade de crédito imobiliário — Foto: Economia G1
Analistas ouvidos pelo G1 avaliam que o momento nunca foi tão favorável para tentar reduzir a taxa do financiamento, sobretudo nos empréstimos de valores mais altos e com contratos assinados entre 2015 e 2017, quando os juros médios ficaram acima de 10%.
“Com a queda da Selic, o mercado e crédito está começando a andar e na linha de crédito imobiliário estamos finalmente vendo bancos entrando em um cenário de concorrência e começando a brigar por taxas”, afirma Rafael Sasso, cofundador da Taxa Melhor, startup que ajuda a comparar os juros cobrados pelos bancos.
Nas últimas semanas, os principais bancos do país anunciaram novas reduções nas taxas de juros para a compra da casa própria, para uma faixa a partir de 7,3% ao ano + TR.
Desde o ano passado, os juros cobrados pelos maiores bancos nas principais linhas de financiamento da casa própria têm se mantido bem próximos, diante de uma maior disputa entre as instituições financeiras e sinais de recuperação do mercado imobiliário.
Segundo dados do BC, os juros médios de mercado cobrados pelos bancos para financiamento imobiliário foram de 8,9% ao ano em agosto (último dado disponível), ante 9,5% ao ano no final do ano passado e 11% no final de 2017.
Veja abaixo o comparativo das taxas mínimas dos maiores bancos nas principais linhas de crédito imobiliário:
Comparativo de juros para financiamento de imóveis
Banco | Sistema Financeiro Habitacional (SFH) | Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) – carta de crédito | pró-cotista FGTS | limite do financiamento |
Caixa (modalidades tradicionais) | a partir de 7,5% ao ano + TR | a partir de 7,5% ao ano + TR | entre 8,76% e 9,01% ao ano + TR | até 80% do valor para imóveis novos e 70% do valor para usados |
Caixa (linha nova, atualizada pela inflação) | a partir de 2,95% + IPCA | a partir de 2,95% + IPCA | não opera | até 80% do valor o imóvel |
Banco do Brasil | a partir de 7,4% ao ano + TR | a partir de 7,4% ao ano + TR (na carteira habitacional hipotecária) | 9% ao ano + TR (disponível para imóveis novos e usados) | até 80% do valor do imóvel novo ou usado |
Itaú Unibanco | a partir de 7,45% ao ano + TR | a partir de 7,45% ao ano + TR | não opera | até 82% do valor do imóvel (tanto para novos como usados) |
Bradesco | a partir de 7,30% ao ano + TR | a partir de 7,30% ao ano + TR (na carteira habitacional hipotecária) | não opera | até 80% do valor do imóvel novo ou usado |
Santander | a partir de 7,99% ao ano + TR | a partir de 7,99% ao ano + TR | a partir de 7,59% +TR (apenas para imóveis novos) | Até 80% do valor do imóvel (tanto para novos como usados) |
Fonte: Levantamento G1 junto aos bancos
Vale lembrar que as taxas anunciadas pelos bancos são as mínimas, e que, para conseguir juros mais baixos, o tomador do crédito precisa quase sempre aceitar uma série de condições, sobretudo maior relacionamento com a instituição financeira. O valor do imóvel, bem como o perfil e renda do consumidor, também costumam influenciar diretamente os juros cobrados pelos bancos.
Simulações de economia com portabilidade
Simulações feitas pela Melhor Taxa, startup que ajuda a comparar os juros cobrados pelos bancos, mostra que é possível obter com a portabilidade uma boa redução no valor da parcela. Ao conseguir baixar, por exemplo, a taxa de juros de 9,76% para 7,30% ao ano em uma dívida de R$ 300 mil, a economia total ao longo do contrato chegaria a quase R$ 100 mil. Veja abaixo os exemplos:
Exemplo 1: empréstimo de R$ 100 mil, com taxa atual de 11,24% ao ano
- Valor do imóvel: R$ 125 mil
- Valor da 1ª parcela (01/02/2017): R$ 1.224,94
- Valor da parcela atual: R$ 1.143,97
- Taxa após portabilidade: 7,30%
- Valor da parcela após portabilidade: R$ 866,46
- Economia na parcela: R$ 358,49
- Economia total no contrato: R$ 47.709,48
Exemplo 2: empréstimo de R$ 300 mil, com taxa atual de 9,76% ao ano
- Valor do imóvel: R$ 500 mil
- Valor da 1ª parcela (01/01/2018): R$ 3.320,62
- Valor da parcela atual: R$ 3.179,61
- Taxa após portabilidade: 7,30%
- Valor da parcela após portabilidade: R$ 2.638,06
- Economia na parcela: R$ 682,56
- Economia total no contrato: R$ 98.900,77
Exemplo 3: empréstimo de R$ 500 mil, com taxa atual de 10,77% ao ano
- Valor do imóvel: R$ 625 mil
- Valor da 1ª parcela (01/03/2016): R$ 5.846,76
- Valor da parcela atual: R$ 5.335,45
- Taxa após portabilidade: 7,30%
- Valor da parcela após portabilidade: R$ 4.147,82
- Economia na parcela: R$ 1.698,94
- Economia total no contrato: R$ 196.714,63
Exemplo 4: empréstimo de R$ 750 mil, com taxa atual de 11,24% ao ano
- Valor do imóvel: R$ 950 mil
- Valor da 1ª parcela (01/02/2017): R$ 9.083,46
- Valor da parcela atual: R$ 8.471,05
- Taxa após portabilidade: 7,30%
- Valor da parcela após portabilidade: R$ 6.389,52
- Economia na parcela: R$ 2.693,94
- Economia total no contrato: R$ 364.804,77
Como avaliar se vale a pena
A transferência de um empréstimo de um banco para outra é um direito garantido e regulamentado pelo Banco Central.
“Quase sempre vale a pena a portabilidade. É importante analisar, porém, todos os custos envolvidos e verificar se haverá uma economia real. Além da taxa de juros, o custo efetivo da nova operação, custos com a manutenção da nova conta, e as tarifas cobradas pelo banco e pelo cartório de registro de imóveis”, explica a consultora Daniele Akamine, diretora da Akamines Negócios Imobiliários.
O desembolso com tarifas de avaliação de imóvel e gastos com cartório em uma portabilidade desse tipo costuma ficar ao redor de R$ 4 mil.
Bancos costumam fazer contraproposta para segurar cliente
Embora a portabilidade seja mais fácil de ser efetivada para as dívidas de valores mais altos e contratadas quando a Selic estava acima de 10%, esse mecanismo é também uma ótima oportunidade de tentar uma renegociação com o banco.
Os números do Banco Central indicam que as instituições financeiras costumam fazer contrapropostas para evitar que o cliente transfira o empréstimo para outro banco. Do total de pedidos de portabilidade de crédito imobiliário feitos neste ano, apenas 27% foram efetivados.
“Existe sim uma politica de retenção do cliente, para que esse permaneça no banco e não faça a portabilidade”, afirma Akamine.
“O fato de buscar outras propostas força o banco a eventualmente dar uma proposta melhor para o cliente ficar”, avalia Sasso, da Melhor Taxa. Segundo ele, alguns bancos cobrem 95% dos pedidos, enquanto outros costumam cobrir apenas os pedidos de clientes dos segmentos mais altos de renda.
“Alguns bancos estão evitando fazer a portabilidade, outros colocam empecilhos no processo e outros estão incentivando, tentando fazer mais rápido que os processos de crédito imobiliário tradicionais”, afirma o executivo.Evolução do crédito imobiliárioEm bilhões de R$, em linhas financiadas com recursos da caderneta de poupança. Fonte: Abecip
Como fazer a portabilidade
O primeiro passo é pedir para o banco que concedeu o empréstimo as informações atualizadas sobre o saldo devedor e condições contratadas. O prazo para o banco entregar as informações é de 1 dia útil. Daí é só levar para outro banco e dizer que deseja transferir sua dívida por juros mais baixos.
Ao encontrar uma condição mais favorável na concorrência e formalizar o pedido de portabilidade, a instituição financeira tem 5 dias para fazer uma contraproposta ao cliente. Mas caso você não goste da nova proposta, o banco é obrigado a aceitar o pedido de portabilidade. Vale lembrar também que o banco para o qual você quer migrar também não é obrigado a aceitar seu pedido.
“A portabilidade de crédito depende da negociação de um novo empréstimo ou financiamento com outra instituição financeira. Assim, como ocorre em qualquer contrato de operação de crédito, deve haver interesse de ambas as partes na realização da operação. Dessa forma, as instituições financeiras não são obrigadas a realizar a portabilidade”, explica o Banco Central, que oferece uma sessão de perguntas e respostas em sua página na internet.
Fonte: Portal G1
Quer comprar um imóvel? Compare as taxas de financiamento imobiliário
O sonho da casa própria está ainda entre os principais desejos financeiros dos brasileiros. Mas não é qualquer um que pode – e topa – pagar salgadas parcelas por 30 anos. A boa notícia é que o corte da taxa Selic forçou os grandes bancos, os principais financiadores do país, a se mexerem e também diminuir as taxas de juros dos financiamentos da casa própria.
O anúncio mais recente foi o do Bradesco. O banco comunicou na última segunda-feira (30) a redução da taxa de 8,20% ao ano + Taxa Referencial (TR) para a partir de 7,30% ao ano + TR. O cliente pode financiar até 80% do valor do imóvel e pagar em até 360 meses (30 anos).
Antes dele, no dia 27 de setembro, o Itaú havia comunicado que a partir de 1º de outubro, a taxa mínima cobrada seria de 7,45% ao ano +TR, variando de acordo com o perfil do cliente e de seu relacionamento com o banco. Antes, as taxas iniciavam em 8,10% mais TR. Em julho, foi o Santander que cortou a taxa, de 8,99% para 7,99% ao ano + TR e alongou o prazo máximo de 30 para 35 anos.
Um levantamento feito pelo portal Melhortaxa a pedido do Valor Investe mostra como estão hoje as taxas mínimas dos empréstimos nas principais instituições financeiras:
Taxa mínima de juros de financiamento imobiliário
Bradesco | 7,30% ao ano + TR |
Itaú | 7,45% ao ano + TR |
Santander | 7,99% ao ano + TR |
Banco do Brasil | 8,29% ao ano + TR |
Caixa Econômica | 8,50% ao ano + TR |
“É importante notar que a Caixa, que historicamente empurra a concorrência dos outros bancos no produto, não puxou desta vez. Outros bancos estão na frente. Com menos dinheiro disponível, a Caixa está focando em seu novo modelo de financiamento, anunciado recentemente”, diz Rafael Sasso, cofundador da Melhortaxa.
A Caixa Econômica lançou em agosto uma linha de financiamento de imóveis com juros fixos mais baixos, de 2,95% a 4,95% ao ano, mais a correção pela inflação. O novo modelo promete reduzir o valor das parcelas iniciais e ampliar o acesso ao crédito. Mas a correção pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também apresenta riscos e até parcelas maiores no longo prazo.
Para saber mais sobre isso, veja nossa matéria “Entenda o novo financiamento imobiliário da Caixa”.
“O produto [a nova linha de financiamento da Caixa] em si não tem inovação, já que é usado para financiar os fundos de investimentos e a tabela do incorporador. Mas, é a primeira vez que um banco grande usa o modelo. Interessante também porque aproxima o mercado de capitais, ao agrupar esses créditos, emitir títulos e vendê-los no mercado”, disse Sasso.
Além dos bancões, é difícil encontrar outras formas de financiar um imóvel. O Banco Inter é um dos menores que oferece o produto, mas as taxas são maiores (9% ao ano +Taxa Referencial). A instituição tem um total de R$ 2 bilhões destinados ao crédito imobiliário.
Há plataformas, que têm o objetivo de conectar os compradores com o crédito. Pelo site delas é possível simular e contratar um financiamento imobiliário ou um empréstimo com garantia imobiliária. Para ver quais opções você pode pesquisar, veja nossa reportagem sobre o assunto: “Quer financiar um imóvel? Conheça 5 comparadores gratuitos de taxas”.
Vale a pena comprar e financiar um imóvel?
O setor foi um dos mais afetados nos últimos anos. Mesmo antes da crise econômica já enfrentava uma desaceleração. Apesar de uma leve recuperação nos últimos meses, o índice FipeZap aponta que os preços de imóveis continuam em certa estagnação e o retorno para quem quer alugar não anda tão bom quanto costumava ser.
“A taxa de juros em queda deve aquecer o mercado, mas não é suficiente”, afirma Marcelo Prata, especialista em crédito e mercado imobiliário e fundador das plataformas Resale, de venda de imóveis retomados, e do site de comparação de produtos financeiros Canal do Crédito.
“A compra do imóvel, principalmente com financiamento, depende do tripé emprego, renda e confiança do consumidor em alta. Se a pessoa não tiver confiança de que vai continuar empregado e com sua renda crescendo, dificilmente irá entrar em um financiamento de 30 anos”, comenta Prata.
Mas, na opinião do especialista, quem tiver dinheiro para dar ao menos 25% de entrada este pode ser um bom momento para comprar e ainda conseguir barganhar.
“Estamos em um momento muito interessante, com taxas em patamares mais baixos do que o momento pré-crise e com um mercado imobiliário que ainda não se recuperou da crise. Como o mercado ainda não reagiu, as pessoas podem encontrar imóveis e preços de acordo com a realidade”, diz Prata.
Um alerta, porém, é para o valor das parcelas. Como muitas pessoas pensam em comprar e parcelar para sair do aluguel, é preciso checar se as parcelas do início cabem no bolso porque elas podem ser três ou quatro vezes o valor que a pessoa pagaria de aluguel naquele imóvel.
“É pedir para dar errado assumir uma prestação que é muito maior do que o seu aluguel. Encarece o custo fixo e você pode ter problema para pagar”, comenta o especialista.
Bancos privados preparam crédito imobiliário ajustado pelo IPCA para endinheirado
Bancos privados estudam lançar linhas de crédito imobiliário corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de olho no público de média e alta rendas. Tanto Itaú Unibanco quanto Bradesco preparam o lançamento para breve, na contramão da concorrente Caixa Econômica Federal, que ofereceu a modalidade para o público em geral com o apelo de uma prestação inicial de 30% a 50% menor que as linhas tradicionais.
Os bancos privados miram clientes com capacidade de quitar o financiamento diante de um eventual repique da inflação. De olho em pessoas de média e alta renda, essas instituições avaliam conceder linhas mais curtas do que os tradicionais financiamentos imobiliários com base na taxa referencial (TR), que chegam até 30 anos.
O Bradesco estuda lançar uma linha de crédito imobiliário com lastro no IPCA com prazos entre cinco e dez anos, conforme o diretor de empréstimos e financiamentos do banco, Leandro Diniz.
“O IPCA é mais uma fonte de indexador, mas não é para todo mundo. Precisamos olhar um pouco a renda, um público específico e um prazo mais curto. Será um componente e não a solução de funding do mercado imobiliário no Brasil”, afirmou o executivo.
O Itaú Unibanco também mira o público de alta renda na questão do crédito com IPCA, conforme a diretora de crédito imobiliário da instituição, Cristiane Magalhães. O banco, assim como o concorrente Bradesco, estuda lançar uma modalidade com prazo menor, mas os detalhes do novo produto ainda estão em análise.
“Queremos ter o produto e vamos lançá-lo, mas buscamos a melhor forma e uma solução para nossos clientes”, afirmou ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), acrescentando que no público de alta renda o apelo da prestação menor não é tão grande, por exemplo.
O público na mira dos privados difere do que tem tomado crédito com IPCA na Caixa. De acordo com o presidente do banco público, Pedro Guimarães, os clientes que têm demandado a modalidade são para a compra de imóveis com valor entre R$ 250 mil e R$ 300 mil.
“É o perfil da Caixa. A redução da mensalidade de 30% a 40% tem impacto muito grande justamente naquela população do faixa 4 do Minha Casa Minha Vida, que não existe”, afirmou Guimarães, referindo-se às famílias com renda acima do limite do programa e que, por conta disso, não conseguem comprar imóveis com os benefícios.
A Caixa já emprestou R$ 200 milhões em menos de um mês da nova modalidade e tem outros R$ 600 milhões encaminhados para contratação. No total, a Caixa já registra 2,5 milhões de simulações para crédito imobiliário com IPCA e quase R$ 5 bilhões em limites pré-aprovados, considerando dados até o dia 12.
Na segunda-feira, a Caixa deu passo além e iniciou uma linha indexada ao IPCA para o crédito associativo, aquele no qual o imóvel é financiado ainda na planta.
Do lado do comprometimento de renda com o crédito imobiliário com IPCA, há consenso entre bancos públicos e privados. Tanto a Caixa quanto os bancos privados trabalham com o porcentual de até 20%, abaixo dos 30% dos financiamentos com base na TR em uma postura preventiva quanto a riscos de aumento da inadimplência em períodos de alta da inflação.
Comprometimento da renda
O setor de construção, contudo, pleiteia um limite maior. De acordo com o presidente do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), Basilio Jafet, no limite de 20%, o crédito com IPCA não amplia o público que já contratava crédito com base na TR. No entanto, se os bancos permitissem um comprometimento de renda de 25% em vez de 20%, um público adicional de 3 milhões de pessoas poderiam ter acesso ao produto. “O Banco Central não tem objeção ao tema e podemos negociar com os bancos para que mais famílias sejam atendidas”, disse Jafet.
Segundo o presidente de uma construtora, Ricardo Valares, ainda não foi possível perceber uma mudança relevante na demanda de consumidores por imóveis após a criação da nova linha indexada à inflação. “A nova linha é boa porque representa mais uma opção de financiamento para os meus clientes, mas não aumentou o poder de compra. Meu cliente não consegue acessar um imóvel mais caro. Ele consegue ter uma folga na parcela. Se o limite fosse para 25% ou 30% aí sim teríamos uma explosão na demanda”, disse ele ao Broadcast, durante evento do setor.
Entre os bancos, porém, há uma visão cética sobre o tema, afinal, são eles quem ficarão com o risco da operação. Por ora, preferem testar a nova modalidade com apenas 20% do comprometimento da renda dos tomadores.
Fonte: Portal Isto É Dinheiro
“Do ponto de vista financeiro, é melhor alugar ou comprar um apartamento?”
A escolha em relação à moradia é uma das mais importantes na nossa trajetória. Antes de tudo, apesar de existir um ponto de vista financeiro para te responder, ressalto a importância de que ele não deixe de permear questões pessoais.
Pagar aluguel é jogar dinheiro fora? Não.
Essa frase se repete muito quando se compara financiamento com aluguel. Argumenta-se que se você financiar, depois de pagar as parcelas, terá ao menos o imóvel ao final. Tal raciocínio não considera que o valor da parcela e do aluguel não são os mesmos. Se a diferença entre os dois for investida e render juros, também resulta em um patrimônio lá na frente.
O que deve ser analisado é se este patrimônio será maior ou menor que o valor do imóvel. Existem ainda peculiaridades em relação a aquisições via consórcio ou a financiamento em construção, que devem ser estudadas com cautela.
Mas mesmo se comprar à vista, a resposta não é tão simples. Já que o dinheiro empregado na operação também poderia ser investido em aplicações financeiras.
Dessa forma, teremos que fazer uma comparação. Sugiro então que o aluguel seja entendido como um percentual do valor do imóvel.
– Hoje, 0,35% é uma referência razoável, apesar de não existir uma regra rígida para isso. Se você adquire um imóvel à vista, deixa de ter essa despesa.
– Custos como rateio de condomínio, vacância e certos tipos de manutenção não são parte da realidade do inquilino e irão passar a fazer parte da realidade do proprietário. Por isso, a partir de algumas aproximações para considerar esses custos, sugiro reduzir a referência para 0,32%.
Mas, como proprietário, você também irá lidar com a valorização ou desvalorização do imóvel. Qual é a expectativa neste sentido?
São muitos os fatores que podem influenciar o mercado imobiliário: crescimento da economia; inflação; taxas de juros; tendência demográfica; desenvolvimento da região; políticas em relação ao financiamento imobiliário; aspectos legais relacionados à relação inquilino-proprietário; entre outros.
Perspectivas de valorização sempre envolvem complexidade e incertezas. Para não perder o foco, seguiremos nossa comparação utilizando títulos do governo, que vão fornecer uma referência base para o leitor.
Rentabilidade:
Hoje, as rentabilidades, ao mês, de muitos títulos do governo têm ficado entre 0,20% e 0,30% acima da inflação, antes de impostos. O que é menos do que os 0,32% que calculamos para o aluguel.
Impostos:
Já os impostos dos títulos públicos, após 2 anos, seriam de 15% sobre a rentabilidade. No caso do imóvel, o imposto que incidiria nos lucros de uma eventual venda também seria de 15%. Mas podemos dizer que, no todo, a tributação média seria menor que isso, por se tratar de moradia própria e não envolver fluxo de recebimento de aluguéis.
Risco x Retorno
À primeira vista, portanto, ao contrário do que acontecia em um cenário de juros mais altos, imóveis podem parecer uma alternativa superior aos títulos nesse momento da Economia.
Mas vale destacar que é preciso cuidado ao comparar ativos com diferentes riscos. Ao contrário da crença de que imóveis tem menor risco por serem sólidos e tangíveis, são os títulos públicos que devem ser considerados assim.
Portanto, tanto para compensar o risco tomado, quanto para compensar a diferença entre os percentuais apresentados, o imóvel teria que valorizar razoavelmente acima da inflação. Somente assim, a compra se mostraria financeiramente vantajosa em relação aos títulos.
Ressalvas
Uma ressalva importante na simulação é de que negociações diferentes podem ter impacto significativo. Se o imóvel for adquirido bem abaixo de mercado e o aluguel equivalente representar mais do que 0,35%, comprar pode ser mais vantajoso.
Por outro lado, se você conseguir alguma locação a 0,25% do preço ou menos, puxaria a corda mais para o aluguel.
De qualquer forma, tanto no aluguel quanto na aquisição, reflexões básicas muitas vezes são subestimadas. E elas impactam bastante o bolso. Meditar sobre o espaço que precisa para viver com conforto é um bom exemplo. Espaços maiores têm custos maiores, seja no aluguel ou na casa própria.
Entender o seu momento também é essencial. Você tem dinheiro suficiente para decorar esse apartamento? Terá que zerar as suas reservas e contrair outras dívidas para fazer isso? É comum errar a mão nesse momento e transformar o sonho em dor de cabeça.
Reflexão e Planejamento
‘Comprar ou alugar’ não é uma decisão isolada, mas sim parte de um planejamento de vida. Deve ponderar seus valores, vontades, aspirações e até questões mais formais, como seu regime de casamento.
A mensagem que gostaria de passar aqui é de que não existe uma resposta mágica – que forneça a certeza de ganhos expressivos com base apenas nessa decisão.
Se por um lado não podemos dizer que pagar aluguel é jogar dinheiro fora, por outro, não temos bola de cristal para dizer, com precisão, qual vai ser a valorização de um imóvel – que pode ser uma alternativa financeiramente interessante no cenário atual, mas é considerado um ativo com mais risco do que grande parte dos títulos públicos.
É fácil cair na tentação de dizer o que vai ou não vai acontecer. Mas não é possível antecipar as surpresas que o mercado nos reserva. Nem existe resposta definitiva e estática.
Portanto, minha sugestão é a de considerar, sim, a matemática apresentada, mas também olhar para si mesmo e para as suas particularidades. Elas são o cerne de um bom planejamento financeiro.
*Jaques Cohen é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejadores Financeiros.
Fonte: Época Negócios
CRECI/DF participa de evento para lançamento da nova linha de credito imobiliário
DA REDAÇÃO CRECI/DF
O Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 8ª Região – Distrito Federal (CRECI/DF) esteve presente, nesta terça-feira (20/08), na cerimonia em que a Caixa Econômica Federal anunciou uma nova linha de crédito imobiliário atualizada pela inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O lançamento aconteceu no Palácio do Planalto, da qual participaram o presidente Jair Bolsonaro, ministros, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, representantes do setor Imobiliário, como o presidente, Geraldo Nascimento, o diretor secretário, Diego Gama e o tesoureiro Acher Rodrigues, ambos do CRECI/DF.
Segundo o presidente Geraldo Nascimento, “o anúncio dará aos corretores e clientes ânimo para reaquecer o mercado, pois a esperança é o primeiro passo para a reconstrução econômica do Brasil” disse.
De acordo com o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, a alternativa de financiamento imobiliário com atualização pelo IPCA representa uma revolução no mercado. “É uma redução do custo do crédito, algo que a gente acredita que vai ter impacto no crescimento econômico dos próximos anos. Vai ter mais emprego, mais crédito e vai movimentar a economia”, diz o presidente.
Atualmente, de acordo com a Caixa, a taxa mínima é composta pela Taxa Referencial + 8,5% ao ano; e a taxa máxima, por TR + 9,75%.
Durante o evento no Palácio do Planalto, Pedro Guimarães afirmou que na condição atual a parcela de um imóvel de R$ 300 mil seria superior a R$ 3 mil. Com a nova modalidade, segundo ele, a parcela cairá para cerca de R$ 2 mil.
Simulação da Caixa para imóvel de R$ 300 mil
Taxa | Prestação inicial | % renda |
TR + 9.75% | R$ 3.168 | 30% |
IPCA + 4,95% | R$ 2.050 | 20% |
IPCA + 4,45% | R$ 1.930 | 20% |
IPCA + 3,95% | R$ 1.809 | 20% |
IPCA + 2,95% | R$ 1.566 | 20% |
Segundo Guimarães, a correção pela inflação visa dar mais transparência para o cliente que optar pelo crédito. Ele afirmou ainda que o custo também poderá aumentar se acompanhar a Taxa Referencial – TR (definida pelo Banco Central) TR.
Atualmente, há linhas de crédito com a correção vinculada à TR com diferentes sistemas de amortização.
Fonte: Caixa Econômica Federal / Portal G1
BRB pode destinar até R$ 500 milhões para a casa própria
Ainda que a retomada do setor imobiliário seja lenta, o Banco de Brasília (BRB) reservou R$ 350 milhões em seu orçamento para financiar a construção imobiliária no Distrito Federal em 2019. Mas fontes da instituição admitem a empresários do setor que o valor poderá chegar a R$ 500 milhões.
Esse desembolso maior do que o previsto inicialmente decorre da perspectiva de reaquecimento da demanda pela casa própria na capital do país, conforme apontam pesquisas mais recentes. Se atingir a meta máxima de R$ 500 milhões, os desembolsos para o mercado imobiliário vão quintuplicar. Em 2018, valor alocado pelo BRB foi bem inferior: R$ 90 milhões.
Além dos R$ 500 milhões para a construção, o BRB firmou parceria para utilizar, pela primeira vez, sua linha de crédito exclusiva voltada à aquisição de lotes urbanos, ou seja, para financiar a compra de terrenos em condomínios 100% regularizados, desde a fase de concepção do projeto. Até então, esta linha, que conta com R$ 50 milhões, vinha sendo destinada à aquisição de terrenos em áreas que passam por regularização fundiária.
O acordo inédito foi assinado entre o BRB e a incorporadora ECAP Engenharia, que lançou o Condomínio Le Jardin, situado a 16 minutos da Ponte JK, no Setor Habitacional Tororó, região Sul do Distrito Federal. Os lotes poderão ter até 70% do valor financiados pelo BRB em, no máximo, 20 anos.
Segundo Rodrigo Nogueira, Presidente da ECAP Engenharia, a iniciativa do BRB “significa a derrocada do mercado ilegal de lotes na capital federal, que convive com essa ilegalidade fundiária há muitos anos, com consequências críticas para toda a população”.
Segundo Rodrigo Nogueira, Presidente da ECAP Engenharia, a iniciativa do BRB “significa a derrocada do mercado ilegal de lotes na capital federal, que convive com essa ilegalidade fundiária há muitos anos, com consequências críticas para toda a população”.
Fonte: Correio Braziliense
Caixa Econômica estuda renegociar dívidas da casa própria
A Caixa Econômica estuda lançar em breve um programa de refinanciamento das dívidas da casa própria. A ideia é que ele tenha o mesmo formato do que que começou a valer nesta semana para o refinanciamento de débitos de outros tipos de contrato, como os empréstimos comuns.
A medida inclui empresas e pessoas físicas e dá descontos que vão de 40% a 90% para quem conseguir quitar os valores em aberto com o banco. É permitido pagamentos que vão de R$ 50 a R$ 5 milhões.
No caso do programa de dívidas do financiamento imobiliário, o objetivo do Caixa é incluir todos os clientes que não conseguem pagar suas parcelas, mas os estudos sobre as regras ainda não foram concluídos.
Além disso, a equipe técnica analisa fazer ajustes nas normas que jogam o cliente para a inadimplência. Hoje, o banco começa a fazer cobranças de parcelas da casa própria que estão em aberto a partir de dois a três meses de inadimplência.
As cobranças dão ao devedor a chance de quitar os valores, com juros e correção, para que não perca o imóvel.
Passado esse prazo, o banco pode iniciar o processo de tomada da casa ou do apartamento para leilão. Segundo dados das Caixa Econômica, há 60 mil imóveis no estoque do banco que podem ser leiloados.
Especialistas alertam para os cuidados na dívida da casa própria. Reinaldo Domingos, presidente da Abefin (Associação Brasileira de Educadores Financeiros) e autor do livro Terapia Financeira, diz que, na hora de refazer o orçamento doméstico, o consumidor deve ter como prioridade “as que possuem bens de valor como garantia”, como o financiamento imobiliário.
– Financiamento imobiliário | Renegociação: a Caixa Econômica Federal deverá lançar um programa de pagamento de dívidas imobiliárias. A medida está em estudo e as regras deverão ser anunciadas em breve; o programa valerá para quem está inadimplente.
– Quem pode ser beneficiado: somente os mutuários com prestação em atraso deverão fazer parte da renegociação. O banco estuda se irá incluir quem tem imóvel pelo Minha Casa Minha Vida. A intenção é que a medida seja válida para todos os tipos de financiamento imobiliário.
– Como é hoje: atualmente, o banco dá um prazo entre dois e três meses antes de cobrar o mutuário. A cobrança começa a ocorrer após esse período; quem não paga pode ter o imóvel tomado para leilão.
– 60 mil imóveis é o estoque que a Caixa tem de imóveis que podem ser leiloados.
– Renegociação em andamento: a Caixa iniciou na terça-feira (28) uma campanha para renegociar dívidas dos seus clientes. Os interessados têm 90 dias para aderir ao programa, que se chama Você no Azul. O banco está dando descontos que vão de 40% a 90% sobre o valor da dívida. O débito deve ser quitado à vista.
Débitos que podem ser negociados:
– Contratos com mais de 360 dias de atraso;
– Valores de dívida entre R$ 50 e R$ 5 milhões;
– Contratos sem garantia;
– Clientes sem suspeita de fraude.
Dicas para quem tem dívida imobiliária:
– As dívidas da casa própria são as mais arriscadas;
– O primeiro passo para o cliente que não tem dinheiro para pagar a prestação é procurar uma agência;
– É preciso começar a negociar os valores o mais rápido possível;
– Hoje, as regras permitem que o imóvel seja tomado muito mais facilmente.
Fonte: Portal Amazonas Atual