m entrevista exclusiva ao DIÁRIO DO VALE, durante visita à agência da Caixa Econômica Federal em Barra Mansa, nesta quinta-feira (07) o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, disse que as prestações de financiamentos de casa própria vão cair cerca de 25%, para os contratos feitos após a redução de taxas de juros definida pelo banco. A taxa efetiva mínima para imóveis residenciais enquadrados nos Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) será de TR + 6,75% a.a. e a taxa máxima será de TR + 8,50% a.a., redução de 0,75 p.p. e 1,0 p.p, respectivamente. As taxas valem para novos contratos e estarão vigentes a partir do dia 06 de novembro. As variações de taxa de juros estão ligadas, entre outros itens, à duração do financiamento e ao valor financiado.
Embora a redução na taxa seja aparentemente pequena, o reflexo no valor da prestação é significativo pro causa da duração do contrato, já que o valor inicial a ser pago mensalmente é calculado com a incidência de juros por todo o prazo do financiamento, que pode chegar a 35 anos. Toma-se o valor total do imóvel e aplica-se a taxa vigente multiplicada pelo tempo de financiamento, para depois dividir o resultado pelo número de parcelas contratadas, que pode chegar a 420, num contrato de 35 anos. O ponto percentual reduzido na taxa de juros se multiplica pela quantidade de anos do financiamento, o que explica a queda.
O banco também oferece a possibilidade de crédito para aquisição de imóveis com taxas corrigidas pelo IPCA. Nesse caso, a taxa mínima é de 2,95% ao ano mais o IPCA e máxima, de 4,95% ao ano mais IPCA.
A redução vale para os financiamentos feitos com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Os financiamentos feitos no programa “Minha Casa, Minha Vida”, que usam recursos do FGTS, mantêm as condições anteriores. No entanto, os contratos nas faixas 1,5 e 2 do programa contam com uma série de vantagens dadas pelo governo, como o subsídio que substitui a entrada.
De acordo com Pedro Guimarães, a tendência é que os financiamentos da faixa 3 do programa, que não contam com o subsídio, sejam substituídos pelo SBPE, já que a taxa de juros menor, nesse caso, representa uma vantagem significativa. Ele disse também que as sucessivas reduções na taxa básica de juros da economia, a Selic, foram o ponto de partida para a queda dos juros das prestações da casa própria.
– Com a queda forte e constante na Selic, foi possível reduzir os juros do financiamento, além de ser criada a possibilidade de ampliar a quantidade de contratos de crédito imobiliário – afirmou.
O executivo acrescentou que a medida faz parte de uma estratégia para que a Caixa recupere a liderança nos financiamentos com recursos do SBPE, que geralmente é para imóveis de valor mais elevado: “Queremos focar no crédito imobiliário, um dos principais negócios do portfólio da Caixa”, declarou.
O empresário Mauro Campos, diretor de uma das principais empresas do setor imobiliário em Volta Redonda e região, considerou a medida positiva: “A redução dos juros no financiamento da casa própria é uma medida que beneficia a todos: o consumidor terá mais acesso a um bem que representa um projeto de vida para a maior parte da população ; a Caixa cumpre seu papel social, sem deixar de gerar lucros, enquanto o setor da construção civil amplia suas perspectivas de produção, geração de empregos e vendas”, disse.
Fonte: Diário do Vale