O resultado do terceiro trimestre do Produto Interno Bruto (PIB) — soma das riquezas do país — mostra que a construção civil avançou 1,3%, puxada pelo avanço do mercado imobiliário. Esse movimento ocorreu, de acordo com especialistas, em consequência da expansão do crédito, sobretudo pelos financiamentos da casa própria. “Mas não foi uma causa única. Além do aumento das obras, colaboraram a queda da taxa de juros e da inflação, a liberação dos saques do FGTS, e a recuperação do mercado de trabalho, embora ainda muito lenta”, destacou Pedro Galdi, economista-chefe da Mirae Corretora.
“O brasileiro está mais confiante. Muitos estão buscando a compra da casa própria, porque, com a queda dos juros, começam a ver vantagens no financiamento de longo prazo. Isso colabora para a criação de emprego nessa área, que absorve mão de obra menos qualificada”, explicou Galdi. Para o economista, o cenário é promissor, inclusive com aumento da produtividade. “Com mais dinheiro circulando, o empresário consegue escala, redução de custos e se torna mais competitivo”, afirmou.
Roberto Luis Troster, ex-economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), lembrou que, embora os juros básicos da economia (Selic) tenham caído, as taxas para o consumidor continuam nas alturas. “Por isso, as reformas são fundamentais. Quem vive de juros não paga impostos, mas quem precisa de crédito é tributado”, criticou. Para ele, o governo deveria prestar mais atenção dos financiamentos da casa própria. “Os valores, em relação ao PIB, ainda são muito baixos”, destacou.
Fonte: Correio Braziliense